O trem me fascinava porque era um espaço que se movimentava. As pessoas não ficavam tão acomodadas como ficam no ônibus, presas na poltrona. No trem, dava para andar, passava gente vendendo coisas, conversando e coisa e tal. O mais fascinante era poder ir ao vagão-restaurante comer alguma coisa. Como não tinha dinheiro, só ia ver. E era fascinante ver as pessoas comendo naquele lugar. Era tanta poeira ao longo da estrada, que as pessoas usavam, como indumentária na hora de comer, uma toalha no pescoço. Não era nada luxuoso. Os pratos servidos eram arroz, feijão, bife. Mas aquilo me fascinava. As garrafas de cerveja, tremendo ao balanço do trem, me fascinavam mais ainda.
no calor da tela - pedro jorge de castro - cineasta
Um comentário:
Pedaços de meu pequeno aqui...lindíssimo seus recortes, honey!
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