sábado, 20 de setembro de 2008

Por favor, não me analise
Não fique procurando cada ponto fraco meu.
Se ninguém resiste a uma análise profunda,
Quanto mais eu...
Ciumento, exigente, inseguro, carente
Todo cheio de marcas que a vida deixou
Vejo em cada grito de exigência
Um pedido de carência, um pedido de amor.

Amor é síntese
É uma integração de dados
Não há que tirar nem pôr.
Não me corte em fatias
Ninguém consegue abraçar um pedaço
Me envolva todo em seus braços
E eu serei o perfeito amor.

mário quintana

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Comecei a perceber a miséria humana nas primeiras viagens de Fortaleza para Itaiçaba, de ônibus e de caminhão. Numa das vezes que parei na estrada, em algum lugar, para tomar água e comer uma broa ou algo assim, havia um homem e uma mulher sentados no chão assim do lado, abandonados. Uns vinte dias depois, quando voltava para Fortaleza, o carro parou no mesmo lugar e o homem e a mulher estavam lá no mesmo lugar, no mesmo chão, com a mesma atitude, do mesmo jeito. Quer dizer, em vez de essas pessoas consumirem a vida, elas estavam sendo consumidas pela vida. Disso nunca esquecerei. Esse quadro de miséria que não se modificava me chamou demais a atenção.

o calor da tela - pedro jorge de castro – cineasta

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

onde o sentido está contido?
comigo? contigo?
onde andará o sentido?
sentado à beira do abismo?
abismado com tanto cinismo?
onde andará o sentido?
sentado no cais a ver navios?
no meio do mar à deriva?
onde o sentido se esquiva?

chacal